terça-feira, 27 de setembro de 2011

Twenty

Na passada terça-feira fui ver o "one time only" documentário "Pearl Jam - Twenty", que retrata a parte mais desconhecida de uma banda que me diz muito e assinala os 20 anos sobre o lançamento do seu primeiros álbum. Assinado pelo bem conhecido Cameron Crowe, o documentário começa no final dos anos 80, em Seattle, onde estava a nascer um movimento musical que mudaria, não muito depois, a cena musical mundial. Desde os Mother Love Bone, com o seu carismático e já falecido vocalista Andy Wood,  que após a sua morte dariam origem, um pouco mais tarde aos Pearl Jam, passando pelos Green River, SoundGarden, Nirvana, Alice in Chains, etc.
Assistir a este documentário, para mim, é revisitar toda a minha adolescência. Desde o TEN (91)"comercialão", mas inspirador, até ao último, mais maduro e "self-made" BACKSPACER (09), passando pelos VS (93) e VITALOGY (94), mais violentos e questionantes, ainda que com algumas músicas mais introspectivas, tocando o NO CODE (96), o  YELD (98) ou o  BINAURAL (00), em que a evolução musical mais se notou , até aos RIOT ACT (02) e PEARL JAM (06), claramente os dois álbuns mais políticos da banda. Isto só para citar os álbuns de estúdio. Cada álbum é quase uma caixa de emoções. Uma Pompeia de sentimentos. Quando volto a ouvi-los, a caixa é reaberta e parecetransportado no tempo para essa fase, em que o mundo era nosso. E está lá tudo: cheiros, sabores, alegrias, desilusões, etc. Quem diz Pearl Jam, diz Nivana (embora pessoalmente nunca tenha ido muito à bola com eles), diz Soundgarden, Alice in Chains e outros.
Apoiados em letras bastante densas e algumas até bem negras, aliadas a uma música pesada, mas bastante melodiosa, onde vários estilos se combinam, o Grunge veio dar a pedrada que o charco musical precisava, depois de uma década de puro Pop, com muito espalhafato, mas pouco conteúdo. Ao fazê-lo revolucionou  a década de 90 e a música e revolucionou uma geração.
Há duas ilações a tirar disto, uma bem mais assustadora do que a outra: A primeira é que já passaram 20 anos. Bons 20 anos, mas ainda assim 20 anos...
A segunda é que numa altura onde se nota alguma ausência de valores morais e  - coincidência ou não - começa de novo a música Pop sem conteúdo a proliferar, deixo a minha modesta pergunta: Qual é o Grunge que se segue?

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