sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Antevisão: Matías a 10 pode partir a loiça... ou não!

É minha opinião dizer que o jogo de amanhã se decidirá na forma como as duas equipas armarem os respectivos ataques e, sobretudo em quem depositarão a responsabilidade para o fazer. De ambos os lados, é aí que - penso - se vão definir os papéis do jogo. Acho ainda que o Sporting não deve ficar na expectativa, mas entrar para mandar no jogo, sem demasiada sede ao pote, mas mandão o suficiente para não deixar os rivais "pegarem" no jogo.
O benfica é uma equipa forte, com uma mentalidade forte e com um treinador que, apesar da ausência de domínio da língua portuguesa, domina bastante bem a linguagem futebolística. O que nos apresenta um desafio complicado, mas sobretudo aliciante, porque o Sporting é uma equipa muito mais forte do que num passado recente, com uma fortalecida mentalidade e com um treinador que, não sendo fantástico, que o não é, mostra competência. Teoricamente, pode não chegar, mas já é um excelente começo.
Nas duas equipas há quatro figuras que podem decidir o derby eterno, pressupondo que nenhum erro absolutamente evitável acontece: Do lado encarnado, penso que Gaitan e, sobretudo Aimar são os que mais se destacam e, do lado do Sporting, Capel, mas sobretudo Matías podem decidir. E não estou a falar de golos, estou a falar de domínio, de jogo jogado e consequentemente, de maiores e melhores oportunidades para vencer.
De Aimar e Gaitan, sei do que são capazes e com espaço podem tornar o jogo muito complicado ao Sporting, mas Capel e, sobretudo Matías, podem fazer pender a balança para o nosso lado.
Capel tem aquele estilo temerário, de partir para cima do adversário, mas muitas vezes torna-se inconsequente, dado o seu estilo rápido e raçudo sempre de cabeça no chão. Ainda para mais quando vai apanhar pela frente um dos jogadores, tal como  Javi  Garcia e  Fernando do Porto, mais faltosos e inacreditavelmente protegidos pelos árbitros. A entrada de Ínsua para a lateral esquerda, para além de acrescentar inegável qualidade, fixou e "amadureceu" o espanhol. Pode e será concerteza uma mais valia se estiver bem fisica e mentalmente. Dará muito trabalho ao sarrafeiro do Maxi.
O Matías, compensado por Schaars e Elias (muito importantes também no que fizer o chileno), pode ser a estrela do  jogo. É, tal como Aimar, um jogador com características e inteligência futebolística acima da média. Tem uma capacidade de inventar espaços onde eles normalmente não existem e num jogo como este a capacidade para desbloquear pode ser muito importante. Para isso, o Domingos, na minha modesta opinião, o que tem a fazer é meter o Matías a 10 e não encostado à direita, onde invariavelmente, se perde.
O chileno quando joga no meio e é liberto pelos seus companheiros de sector para fazer aquilo que sabe realmente fazer, torna-se um 10 puro, como já existem poucos no mundo. Raramente perde uma bola controlada, sabe muito bem acelerar ou travar o jogo e a capacidade de passe nos últimos 20 metros, nomeadamente o último passe, melhora substancialmente, o que pode criar inúmeras situações de finalização. Que o digam Marcelo Bielsa e Claudio Borghi. Tanto o anterior como o actual seleccionador do Chile, metiam o Matías onde ele rende mais: A 10! E com resultados visíveis.
Mas para Matías brilhar e fazer brilhar o Sporting, o Sporting tem que jogar em posse e não pode forçar o jogo directo. Muito menos abusar do jogo aéreo, onde perde claramente nos duelos individuais.
De pé para pé, com segurança, confiança e concentração, penso que a diferença (que existe mas não é tão significativa quando se quer fazer entender) entre as equipas não se notará. E estando equilibrado nesse ponto, jogadores como o Matías, Capel e mesmo o Carrillo (embora este último seja perigoso para um jogo destes) podem fazer, de facto a diferença. Mas atenção que, do outro lado, está uma equipa que também os tem.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Foram-se os anéis mas ficaram os dedos

Ontem e por imperativos pessoais não pude marcar presença em Alvalade, tendo apenas conseguido sintonizar, via internet, o jogo a partir do minuto 30, sensivelmente. Tudo à custa da rábula que foi o outro jogo em Braga que teve 3 (três) paragens devido à falta de luz, fazendo o jogo atingir uma primeira parte com 80 (???) minutos. Não vi portanto em directo o começo do jogo, e consequentemente, os golos de Sporting e Leiria.
Esqueçamos portanto esses 30 minutos que não posso comentar porque não vi e centremo-nos apenas na hora de jogo seguinte.
Vi um Sporting amorfo, com grandes dificuldades em esticar o jogo e de dinamizar o encontro. Vi um meio campo perdido com sérias dificuldades em fazer pressão, roubar a bola e ser lesto o suficiente na transição. Pelo meio ainda um bom período de 10 minutos, no início da 2ª parte, onde voltámos a assumir o jogo, como nos competia, e que nos valeu o segundo golo e os consequentes 3 pontos, pois foi nesse período que melhor jogámos. Do que vi.
A partir daí foi sempre a descer. Começámos a recuar, a não ter capacidade de fazer pressão, a despejar bolas para o meio-campo leiriense que invariavelmente se tornavam em novas vagas de ataque contrário e, mais uma vez, as pernas começaram a tremer, a meu ver com o alto patrocínio da jornada romena. O Leiria conseguiu, nesse período, para além dos 3 centros perigosíssimos para a pequena área que podiam ter dado o empate, inexplicavelmente (ou talvez não) encostar o Sporting às cordas. Felizmente para nós, não conseguiu os seus intentos, mas o cenário esteve bem negro por largos minutos e só mesmo nos últimos minutos o Sporting se voltou a soltar das amarras leirienses, voltando a dar um ar da sua graça.
No último suspiro do encontro selámos a vitória com o 3º golo, num penálti, no mínimo, estranho e, do mal o menos, foram-se os anéis, mas ficaram os dedos. Resta saber se, a jogar assim, os dedos aguentam muito mais tempo.
O campeonato pára agora durante 2 semanas e espero que a paragem sirva essencialmente para resolver os (muitos) problemas físicos com que nos temos deparado e para consolidar alguns processos que parecem ter sido esquecidos nos últimos jogos. Sabemos que o Rinaudo estará fora de combate, pelo menos, 3 meses e convém arranjar rapidamente uma solução para aquela posição que é, a meu ver, absolutamente crítica na nossa ideia de jogo. E convém trabalhar bem nesse particular, porque após a pausa, começará o verdadeiro teste a este Sporting.
Até 15 de Janeiro de 2012, receberemos o Braga para a Taça, iremos à luz e a Coimbra, receberemos o Nacional e o Porto e, para finalizar, iremos a Braga, tudo para o campeonato. Ainda com alguns jogos da Europa pelo meio, não se avizinha um período nada fácil onde decidiremos muito das nossas aspirações para esta época.
Penso que só um Sporting à imagem daquilo que fez entre o jogo de Paços e o de Aveiro, poderá aspirar a algo, porque o Sporting que vi ontem, na quinta-feira e, a (muitos) espaços, em Aveiro contra o Feirense, não terá a mínima hipótese. Sinceramente.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

É o facilitismo que me irrita

Já não me irritava tanto com um jogo do Sporting há algum tempo. E não me irritava por diversas ordens de razões, seja porque o Sporting simplesmente não jogava e por isso nem valia a pena, caso no ano passado, seja pelo facto de o Sporting poder e dever fazer muito mais do que aquilo que, no limite, conseguiu , como foi o caso de hoje.
O Vaslui, convenhamos, é muito fraquinho, o que em condições normais faria que o Sporting ganhasse naturalmente, mesmo com algumas poupanças, mas tal não sucedeu e passo a descrever o que na minha humilde opinião está na base do insucesso.
Desde logo, a excessiva mudança no onze. O Sporting, lembremo-nos, não tem cultura de vitória natural, sustendada por anos e anos de troféus. O Sporting tem uma cultura de vitória com apenas 10 jogos e por isso mesmo, penso que a excessiva poupança passou uma mensagem, ainda que subliminar, de facilitismo à equipa. Por outro lado acho que o não aproveitamento desse "elan" com 10 jogos pode ter sido um erro estratégico, mas só futuro próximo o dirá.
Outra coisa que me saltou à vista foi o facto de haver jogadores em claro subrendimento. Uns porque o seu rendimento não passa daquilo, o que os faz (ou devia fazer) ineligíveis para um clube como o Sporting, outros porque o jogo, na teoria e com tudo decidido, lhes passava a mensagem que podiam jogar a 10 à hora.
No primeiro grupo estão claramente o Evaldo, que não consegue arrancar um cruzamento em condições; o Rodriguez, que joga a passo mesmo quando o Sporting se vê em desvantagem; o Pereirinha, que é como o Melhoral (não faz nem faz mal) e, até agora e do que tenho visto, o Bojinov, que como o Rodriuguez, joga a passo.
No segundo grupo hoje estiveram o Schaars, o Capel, o Matías, o Carriço, o Carrillo e todos os outros.
Portanto, tudo somado dá pouco mais do que nada. E esse pouco mais do que nada fez com que em 94 minutos, sensivelmente, o Sporting tenha consguido apenas algumas (muito poucas) jogadas com princípio, meio e fim, facto que por si só é manifestamente insuficiente.
Não é tanto a derrota que me preocupa (preocupa-me mas numa competição em que o Sporting já alcançou o seu primeiro objectivo, até dou de barato), o que me preocupa mesmo foi a total ausência de dinâmica, agressividade e fio de jogo. E mais, o Sporting, por não ter a tal cultura de vitória de que falo, pode muito (e o próximo jogo dará razão ou não à teoria) ter estragado o "andamento" que as 10 vitórias seguidas traziam, o que, a confirmar-se, faria da poupança de hoje, um tremendo erro estratégico, principalmente se atendermos aofacto de que este mês vão começar a chegar os adversários mais difíceis, tanto na liga portuguesa, como também nas outras competições. Podem achar que estou a ser pessimista, mas esse "pessimismo" é sustentado por demasiados anos a ver este filme em sessões contínuas.
Domingo lá estarei para ver que Sporting se apresenta. Se o Sporting adulto, competitivo e dinâmico que tem metido os adversários em sentido, se o de hoje, completamente incapaz de construir uma (1) jogada em todo o encontro.
PS: Domingos, quando te puseres a inventar, com foi o caso de hoje, avisa a malta com antecedência. É que os coitados que pagaram bilhetes de jogo e de avião e tiraram, muitos deles,do seu tempo para apoiar a equipa, não sabiam que o Sporting tinha adiado o seu jogo para o fim de semana. A equipa que jogou hoje não foi o Sporting.