segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Introdução competente, desenvolvimento igual, mas com final feliz.

O Sporting ontem, finalmente, conseguiu vencer o primeiro jogo em 2012. Com dificuldade, como seria de esperar, mas, ainda assim, venceu. Sem, no entanto, convencer.
Duas coisas desde logo positivas:
1. Quando o horário é condizente e mais atractivo, as pessoas aparecem, independentemente do actual estado da equipa. Ontem, a ocupar o 4º lugar e já sem possibilidades de chegar ao 1º, num jogo com o Beira-Mar, o Sporting mete 40 mil (números redondos) em Alvalade. Tirando obviamente as borlas, que são muitas, 30 e tal mil estariam lá de certeza.
2. Domingos não inventou logo à partida. 4 defesas, um 6, um 8 e um 10, dois extremos nos sítios certos e um ponta-de-lança fixo.
Sobre o jogo há pouco a dizer. Foi morno, muito disputado longe das zonas de decisão e contou com o acerto do Sporting (coisa rara) nas bolas paradas. Um canto e um livre lateral deram ao gigante americano - que até podia, com um árbitro um pouco mais zeloso, ter sido expulso nos primeiros minutos - a oportunidade de fazer golos. E o americano aproveitou. O americano é um jogador de carácter e costuma simplificar, até porque não sabe mais, mas quando inventa, invariavelmente, dá merda. Ontem não borrou a pintura porque o árbitro não quis (e este costuma querer).
O jogo teve tão pouco sumo que, tirando os dois golos e mais uma ou outra iniciativa, adjuvando também as duas bolas ao barrote do Beira-Mar, pouco mais deu. E o Sporting, verdade seja dita, pouco ou nada contribuiu.

Notas a reter:
Domingos - Tenho sido um acérrimo crítico do treinador, mas ontem não posso criticar o onze. Foi bem "montado", com os jogadores nos lugares correctos. As substituições, perante as opções disponíveis, também não foram das piores.
Renato Neto - O "miúdo" já mostrou ter qualidade. É agressivo e trabalhador, mas é displicente. Lento a pensar, deu demasiada bola ao adversário. Tem que ter mais noção da responsabilidade.
João Pereira - Está numa fase em que era importante encostá-lo. Prende-se com guerras que podem custar-lhe caro e por inerência, à equipa.
Capel - Ligou definitivamente o "complicador". Em todas as acções não solta a bola com a rapidez que, na maioria dos casos, se impõe, perdendo o timing da jogada. Já para não falar na constante saída de posição. Neste momento pouco acrescenta à equipa.
Rodriguez - Não percebo o que é que o peruano traz de mais valia, em relação a Polga. Não acrescenta centímetros nem velocidade. Tem pouca rodagem esta época... Mais um mistério Domingueiro.
Onyewu - Depois de complicar nos minutos iniciais, o que lhe podia ter valido a expulsão, percebeu que não seria a complicar que ajudaria a equipa e mostrou carácter. Marca os dois golos da equipa e em matéria defensiva esteve praticamente irrepreensível.
Ribas - Voluntarioso mas muito desapoiado. Ganha 85% das bolas de cabeça que disputa, mas ninguém lhe dá seguimento. Como é um avançado pesado e apesar de ganhar muito jogo aéreo na frente, não consegue verdadeiramente entrar no jogo se a bola não lhe chega em condições e ontem não chegou salvo raras excepções. Acho sinceramente que o Domingos, tendo sido também ele ponta-de-lança, devia perceber que se tem um gajo com aquele "corpanzil" na área e se quer ganhar jogos, tem que fazer com a bola lhe chegue em condições. O uruguaio, teve 2 ou 3 pormenores de ponta. A cabeçada cruzada e dois remates bem enquadrados com a baliza. Mais: Para um avançado com o peso deste, acho que bascula demais. Devia estar mais estático na frente para, não só criar linha de passe aéreo, como ser mais fácil aparecer a finalizar. Confesso que neste particular não sei se é o Domingos que pede, se é o uruguaio que, para estar mais em jogo, o faz.

Seguem-se os dois mais decisivos da época. Em casa com o Gil Vicente, que ontem venceu o Porto por 3-1, para tentar o acesso à fase final da Taça da Liga e o Nacional, para tentar o acesso à final do Jamor. Em ambos os casos, exige-se que o Sporting cumpra os mínimos que é vencer os dois, mas a jogar o pouco que tem feito (ontem foi só mais um exemplo, mas com final feliz), adivinho grandes dificuldades em cumprir esses objectivos mínimos.

PS: Nomear Duarte Gomes para o jogo de ontem - ou para qualquer jogo que envolva o Sporting - é assassino (não me ocorre outro adjectivo). O árbitro lisboeta mostra, sempre que nos visita, que é desonesto intelectualmente e que tem, claramente, um problema mal resolvido com a instituição Sporting. Tudo isto com ampla passividade dos responsáveis do Sporting que até se deram ao luxo de votar em Fernando Gomes para a FPF, numa lista onde estava - também - esse nomeador de bolso chamado Vítor Pereira e que nos tem sido "serviçal" por encomenda.
PS1: Esta jornada tornou-se claro que o campeonato está entregue. O Benfica é levado ao colo em Santa Maria da feira, à imagem daquilo que tem sido a época toda. Não contentes com esta "ajuda" ao Benfica, também o Porto e o sr. Bruno Paixão, trataram de ajudar...

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Domingos, tens uma bela voz para escrever à máquina.

Hoje nem vou alongar-me muito na análise ao Olhanense-Sporting e apenas me vou fundamentar em factos. Factos que, para mim, são mais do que óbvios. Primeiro porque o que escrevo começa a soar a repetição e em segundo já me começo a cansar à séria de tanto escrever em relação a um indivíduo que - e eu já sabia - não é de todo treinador para o Sporting. É passar "cartucho" a gente estúpida.
Facto 1 - Quem quer ganhar não joga sem ponta-de-lança contra uma equipa que tem a intenção de se fechar.
Facto 2 - Quem quer ganhar não adapta um central a trinco e mete outra espécie de trinco a acompanhar.
Facto 3 - Quem quer ganhar não troca os extremos, quando tem extremos que nem com o melhor pé sabem centrar, quanto mais com o pior.
Facto 4 - Quem quer ganhar exige e responsabiliza-se por aquilo que correu menos bem, não faz discursos de merda, desculpabilizando-se com factos alheios ao jogo.
Facto 5 - Quem quer ganhar não tem medo de jogar para ganhar, de pôr a carne toda no assador. Pensa o jogo numa lógica de encostar o adversário - principalmente com adversários teoricamente mais fracos -  e não se preocupa muito no que o adversário possa fazer. Quem joga para não perder é que tenta iludir o Olhanense (esse colosso do barlavento algarvio), trocando extremos e jogando com o Jeffrén a ponta de lança (???).
Facto 6 - Quem quer ganhar não faz substituições que podem ser evitadas, como sejam as do Neto pelo André Martins. Ou jogava o Carriço ou o Neto. Os dois é palhaçada.
Facto 7 - Quem quer ganhar e não está a consegui-lo não substitui o Matías pelo André Santos.
Facto 8 - Quem quer ganhar, num jogo que começou sem ponta-de-lança e sem mais-valias tiradas dessa opção, perante uma defesa altíssima e que se fecha bem, não mete o Rubio, com 1,70. Mete o Ribas que ainda pode ganhar umas bolas de cabeça e é bem mais experiente.
Facto 9 - Quem quer ganhar não se escuda nos lesionados. Aproveita da melhor forma os que estão disponíveis, sem invenções ou adaptações.
Estes são apenas factos relativos ao jogo de hoje, mas muito mais factos, se fosse buscar os jogos anteriores, podiam figurar nesta "galeria".
A conversa do crescimento, das lesões, da família, do sexo em grupo ou da pastelaria fina, para mim, nunca fizeram sentido e por isso sempre disse que o Domingos era sobrevalorizado, porque treinar o Braga não apresenta pressão nenhuma. Mais pressão tem quem treina o Guimarães, por exemplo.
O Ano passado fomos buscar o antigo treinador do Guimarães, este ano o antigo treinador do Braga. E os respectivos meteram o Sporting no lugar que eles estavam habituados a lutar: o 4º (com vista desafogada para os 3 primeiros). Por esta ordem de ideias, para o ano vamos buscar o Paulo Alves ao Gil Vicente. Mas pelo menos esse é alguém que jogou no Sporting e por isso deve sentir aquilo de alguma maneira. E em questões de qualidade, não sei se fica aquém dos anteriores.
O problema do Sporting começa onde normalmente começam todos os problemas: No presidente e vem por aí abaixo. Na estrutura, se olharmos com atenção, há alguém que se aproveite? Claramente, não!
Dou-vos um exemplo e vocês interpretam como quiserem. Olhando a história do futebol português, nos idos anos 70, na pior seca do Porto, quando entrou o Pinto da Costa, o que é que ele fez? Rodeou-se dos melhores, mas dentro do universo portista. Pessoas que vivessem o clube com paixão. Por quem tem paixão tem sempre mais a perder do que a quem lhe é indiferente. O Pedroto é bem disso exemplo.
No período mais conturbado do Sporting, em que já vendeu a alma ao diabo (nem na seca de 18 anos nós alguma vez perdemos a identidade), o que é que estes tecnocratas de merda fazem - e já o fazem há 15 anos -? Vão buscar mercenários. Gajos que, tirando uma ou outra excepção, sabem lá quem são, quanto mais o que é o Sporting. Para eles é mais um clube na sua "ascensão". É mais um trampolim. Se correr bem, porreiro. Se correr mal, são indemnizados e seguem a sua vida. E o pior é que os próprios jogadores, mesmo alguns juniores, já pensam da mesma maneira.
O Sporting - convençam-se - precisa urgentemente de alguém que seja (muito) competente, que tenha grande carisma, mas que saiba o que é o Sporting. E isso não se aprende com brochuras, panfletos ou idas ao Museu. É um sentimento muito mais profundo do que essa palhaçada.

PS: O Sporting definha, em quase todas as vertentes, mas há dinheiro e recursos para musicais que poucos ou nenhuns tem interesse em ver. Se esta direcção metesse o musical no cu e cantasse, podia ser que resolvesse dois problemas em um (tu ain uane, in amaricate): Não gastava dinheiro e música por música, já que é o que nos andam a dar há 9 meses, podia ser que se aproveitasse alguma voz para substituir a buzina do Bugio.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Bojinov ou a vã glória de mandar?

Após o episódio de ontem e o comunicado oficial do Sporting de hoje, muito se tem falado de Bojinov. Não sei se era este tipo de publicidade que o búlgaro andava à procura, mas o facto é que tem, desde que chegou no último Verão, contribuído decisivamente para ela.
O problema é que este episódio serve apenas para, por um lado, mascarar o que está à vista de todos, que é a gritante falta de liderança, de organização e de respeito a que toda a estrutura se submete diariamente e que contribui decisivamente para que o Sporting não consiga afastar o permanente rótulo de chacota nacional e, por outro, com o comunicado, mostrar (ou tentar mostrar), de preferência com estrondo e alarde, exactamente o oposto.
A verdade é só uma e na verdade o que se passa no Sporting desde José Eduardo Bettencourt (foi ele aliás que abriu as hostilidades da falta de liderança) é o pavonear de uma vã glória de mandar. Nos cargos de decisão, dentro do clube, todos fingem mandar, todos falam com suposta propriedade mas, na verdade, não manda ninguém, porque ninguém assume responsabilidade do que quer que seja. Seja pelo aumento do passivo; seja pela auditoria; seja pela compra de jogadores, com comissões astronómicas, de qualidade muito duvidosa; seja pela venda de percentagens dos passes a um fundo nunca explicado, por valores completamente lesivos para o futuro do clube; seja pela fixação e exigência de objectivos; seja pela relva ou pelas exibições; etc.
O que vemos, constantemente, é um chutar para canto nessas e noutras questões, por parte de quem devia tranquilizar os sócios, quando aquilo que foi prometido, para chegar ao poder, foi exactamente o oposto do agora praticado.
Há clubes em que estão mais do que identificadas as pessoas que mandam e que, por inerência, assumem as responsabilidades. Para o bem e para o mal. No Sporting, há a fogueira das vaidades da praxe. Quando corre bem, é vê-los a aparecer em todo o lado, com peito feito e cheios de si. Toda a gente aparece e com o teclado à mostra, de preferência. Quando começa a correr mal, como é o caso, já não aparecem todos e os que aparecem apontam o dedo acusatório a alguém previamente destinado a ser o bode expiatório.
A paz podre não nasceu anteontem, com os malmequeres e deu origem ao caos, com o Bojinov. A paz podre está instalada, tipo cancro, há décadas. Já se disseminou por toda a estrutura e agora o mais difícil é erradicá-la.
O Sporting, enquanto clube grande, tem pouco tempo para emendar a mão. Ou lhe sai a "sorte grande" e, proximamente, "arranja" um Presidente competente, com sangue na guelra que se rodeie de gente com capacidade para resolver o problema, ou inevitavelmente, desce do pedestal e reenquadra-se noutro estatuto. Pelo menos no que ao futebol profissional diz respeito.
Não sejamos anjinhos em pensar que o BES, a ficar com a maioria (via VMOCs), quer o Sporting para alguma coisa. Pior: Não sejamos totós de pensar que o BES vai andar à procura de um Sportinguista samaritano. Quando tiver o clube nas mão, despacha-o para quem der mais e sem pestanejar.

PS: Apesar de sublinhar a teoria do bode expiatório, o Bojinov ou qualquer outro assalariado do Sporting não pode demonstrar a falta de respeito pelo treinador, colegas de equipa, dirigentes e sócios que o búlgaro demonstrou. Se ele tem uma "fézada", compre um bilhete da lotaria.

Que Sporting é este, que desconheço?

Tenho muito poucas palavras para descrever o que se passou ontem em Alvalade e uma delas é incredulidade.
O jogo com o Moreirense para a Taça da Liga tinha tudo para ser idílico, como os girassóis, malmequeres e borboletas que apareceram, esta semana, nas paredes do acesso aos balneários. Mais: o Moreirense apresentou-se sem seis (6) habituais titulares, o que, sendo uma equipa da liga Orangina, na teoria, tornaria ainda maior a facilidade da contenda. Em condições normais. Mais ainda: O Sporting apresentou-se na máxima força, embora com os equívocos normais de Domingos Paciência.
Tudo somado, espremeu-se um empate muito lisonjeiro para o Sporting.
O Sporting voltou a entrar mal no jogo (o que começa a ser um hábito assustador) e foi jogando em ritmo baixo, deixando passar o tempo na convicção parva de que o golo havia de aparecer.
Chega ao golo, quase por acaso, num lance aparentemente controlado em que é o central nortenho que complica, fazendo a bola ressaltar num colega, servindo Capel para o 1-0. Já antes, o Moreirense tinha mostrado ao que vinha. Personalizada, a equipa de Moreira de Cónegos que nunca acusou a pressão de jogar em Alvalade, poderia ter inaugurado o marcador minutos antes,  por Ghilas, numa jogada que deve ter feito corar Domingos, tal a simplicidade de processos. Valeu Marcelo com boa defesa.
Como ameaçou, com naturalidade chega ao empate, pois já era a equipa mais organizada e perigosa em campo. A jogada começa numa intercepção do lateral esquerdo que, ao entrar no meio-campo contrário flecte para o centro, endossa a bola para a extrema direita, onde o extremo, sem ir à linha, cruza largo para Ghilas que, completamente solto, com um pontapé de moínho e de primeira, não dá hipóteses a Marcelo. Golo fantástico.
Minutos depois, o Moreirense teve hipótese de gelar Alvalade. Rodriguez deixa-se bater na linha de meio-campo por Ghilas que corre com a bola uns bons metros e endossa à esquerda. À entrada da área, o extremo nortenho pisa a bola, puxa para o pé direito e tenta colocar em arco ao poste mais distante. Falhou por pouco e, logo a seguir, o descanso chegou.
Na segunda metade, duas alterações de rajada: Carriço e Ribas saem para darem os respectivos lugares a Matías e Bojinov. Se com a alteração do Matías por Carriço se percebe a ideia de dar tracção dianteira à equipa, no caso de Ribas por Bojinov, não se percebe que o Sporting consiga ganhar, efectivamente, alguma coisa.
Para a segunda parte, o Sporting muda ligeiramente o seu figurino e entra mais afoito, mas nem por isso mais esclarecido e eficaz. Sobe e ocupa o meio campo adversário, mas não consegue tirar dividendos dessa maior pressão e tracção dianteira. Tem dificuldades em ganhar espaço interior e linhas. E o tempo vai passando.
Enquanto isso, a equipa contrária, mostra futebol de qualidade. Troca bem a bola, contra-ataca com algum propósito e vai criando algumas situações que poderiam ter tido outro desfecho.
Numa altura que já se verificava algum caos táctico, Domingos lança Jeffren por troca com Carrillo e o flanco direito ganha uma nova frescura, embora sem resultados práticos.
Já nos descontos, uma arrancada de Jeffrén dá ao Sporting, tal como na primeira parte e sem ter feito quase nada por isso, uma oportunidade soberana para marcar e vencer. Bojinov agarra-se à bola e empurra Matías do local, indo claramente contra a indicação de Domingos. O búlgaro, acusando enorme responsabilidade e/ou irresponsabilidade, falhou. E o circo está montado.
Não só o Sporting não consegue vencer (ainda não o fez no presente ano) como, se o Moreirense tem sido mais efectivo, tinha havido goleada em Alvalade. A equipa nortenha, que eu tivesse contado e para além do golo, tem, pelo menos mais 3 ou 4 lances de muito perigo.

Notas a reter:
Equipa - É de todo injusto culpar apenas 1 em 11. A equipa não justificou o empate, quanto mais a vitória. Não jogou o suficiente para que aquilo seja considerado um espectáculo. Se não me engano, fez dois remates com perigo em todo o jogo e os dois de bola parada. A jogar contra o Moreirense sem 6 habituais titulares.
Domingos - Estou cansado de bater no ceguinho, mas mais uma vez, mostra que não sabe o que é que anda ali a fazer. Contra o Moreirense, sem 6 habituais titulares, começa com o Carriço a trinco? Deve ter aprendido com o Pacheco, que dizia: "Vamos jogar ao ataque, fechadinhos lá atrás". Mais: Depois de uma conferência de imprensa como a do dia anterior, só pode ser brincadeira o que se passou no jogo.
Bojinov - Começam a faltar-me os adjectivos (e têm sido todos pejorativos) para catalogar tamanho flop. Ontem, como cereja em cima do topo do bolo das suas maravilhosas exibições, contra a vontade de todos, assumiu a marcação do penálti, nos descontos, para falhar. E demos nós 3,5 milhões + Valdés por este bidon enferrujado. Se recuperarmos o Valdés já não perdemos tudo.
Sporting em termos globais - Aquilo que vi ontem no final do jogo foi o culminar de dias de total anarquia e é nestes momentos que se vê que não há estrutura, que não há condições. Falam o Domingos, o Godinho, o Duque, o Freitas, o Reboques, a Irene, o Cristóvão, etc, mas só assume as responsabilidades o Domingos. Mandam-se "forrar" corredores com imagens de adeptos com suásticas e templárias, para, uns meses depois e a mando da UEFA, se tirarem e se meterem malmequeres, girassóis e borboletas.
O presidente diz que a equipa, em termos de objectivo está aquém das expectativas. O Domingos deixa sub-entendido que não foi isso o combinado. Tudo na praça pública, para chacota nacional.
Não concordo em nada, editorialmente, com o jornal "A Bola", mas a capa de hoje é exactamente aquilo que eu penso deste Sporting: Ridículo.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Há domingos e Domingos...

Ponto prévio: Há coisas que não são responsabilidade do Domingos e outras que são. Os lesionados e as contratações sem nexo, por exemplo, são assuntos que não podem ser assacados ao Domingos, embora me custe a acreditar que se compre jogador A, B ou C sem a anuência do técnico. Se assim foi, tem tanta culpa em deixar-se "comer" como se fosse ele a comprá-los. Por outro lado, a abordagem aos jogos, as opções tácticas e as substituições são inteiramente culpa do Domingos, assim como a insistência em elementos que pouco ou nada acrescentam.


Olhando o onze e confirmando nos primeiros minutos a parvoíce, fiquei estupefacto com as 4 alterações propostas por Domingos: Dois defesas esquerdos, Capel à direita e Rodriguez a central. Pensei cá para mim: " Isto vai ser bonito, vai", sempre com a esperança, ainda que ténue, que o próprio jogo me tirasse a razão.
Mais uma vez, o Sporting entra mal. Não consigo perceber qual é a razão que está por detrás do entrar mal, sem garra, sem vontade e sem ambição. Uma equipa que anda atrás do prejuízo, teria toda a vontade de resolver o jogo o mais rapidamente possível. Nada disso. Entram sempre na expectativa, só ainda não percebi de quê.
Os primeiros 15 minutos foram para esquecer e tirando uma ou outra jogada individual, como a do Capel com remate à malha lateral, pouco ou nada se viu do Sporting. Do outro lado, o Braga, clube que em arreganho, mostrou logo ao que vinha, nesse período, já tinha criado duas oportunidades que São Patrício se encarregou de defender.
Finalmente entre os 15 e os 20 minutos, o Sporting pega no jogo. Começa a acercar-se mais vezes da área bracarense, mas sempre em jogadas de perigo relativo e a primeira parte chega ao fim com um empate normal, atendendo àquilo que se passou.
Um dado curioso que a Sporttv realçou: O Sporting esteve cerca de 20 minutos sem efectuar um remate, o que por si só explica bem a ineficácia global.
Na segunda parte o Sporting parece entrar melhor. Tem uma jogada de génio do Matías que, apenas por manifesta infelicidade, não resulta em golo, mas é sol de pouca dura. O que parecia ser uma entrada a todo o gás, torna-se muito rapidamente num eclipse e o Braga avança, ganha confiança e é nesse período que ganha o jogo.
Dois contra-ataques rápidos, com erros defensivos de palmatória, normalmente dão golos. No primeiro não percebo a intenção de João Pereira e de Onyewu. Correm os dois para cobrir a mesma posição mas esquecem-se do mais importante: a bola e o adversário, que passam ambos pelo meio dos dois. No segundo, o passe é muito bom, mas o João Pereira não tem que tentar acompanhar, tendo a soberba de que é mais rápido. Ali tem é que, das duas uma: Ou cortar a bola ou tentar um atraso. Naquele instante (em que a bola entra na baliza do Patrício) acabou o jogo e o campeonato, se é que ainda o havia.
Não fosse o Jardim retirar o Mossoró e o Sporting nunca mais voltaria a pegar no jogo. O erro do Quim (já um habitué) e consequente golo do Carrillo, permitiu ao Sporting ter ainda uma esperança para a qual tinha contribuído muito pouco até aí, mas, até final, nunca teve o engenho e a ambição de fazer por merecer o empate. Tudo muito atabalhoado, muito denunciado e o relógio a andar poderoso, até ao fim do jogo.

Notas a reter:
Domingos - É uma confirmação daquilo que defendo e já o defendo desde a campanha eleitoral: Não é, de todo, treinador para o Sporting. Não sabe montar a equipa, tem dificuldades em ler o jogo e fazer substituições de acordo com a necessidade desse jogo. Não tem mão para a mudança, que em muitos jogos, se impõe.
Opções de Domingos - Péssimas. Dou-lhe o desconto dos lesionados, mas jogar com dois defesas esquerdos, encostar o Capel à direita e meter o Rodriguez a titular, quando já não joga há meses, só pode ser a brincar. Não contente, continua a apostar em Bojinov, que ainda ninguém percebeu o porquê de ser opção.
João Pereira - Um jogador de alta rotação que, nos últimos tempos, tem optado pela parvoíce. Ligou claramente o "complicador". Neste jogo está nos dois golos do Braga, como já tinha estado no último jogo, com o Nacional, em alguns lances de perigo adversário. Encostá-lo 1 ou 2 jogos à boxe, pode ser mais do que benéfico.
Rodriguez - Sempre fiquei com a ideia que não é central para o Sporting, como aliás acho o mesmo do Americano, mas enquanto a americano mostra carácter, o peruano mostra moleza. Não compreendi a piada de pôr o peruano de chapa, após paragem longa e a verdade é que aquilo que acrescentou foi uma perda de bola que resultou no segundo do Braga. Pouco ou nada mais.
Posição 6 - Dá-me a sensação que o Domingos é parvo e não comunica como deve de ser. Ou então não tem tomates (como já se percebeu) de sentar uma vaca sagrada no banco. Schaars é um 8 mais clássico e o Elias é um 8 mais moderno. Pergunto eu: quem é que faz de 6? Jogar com dois 8 na posição 6 é um bocado parvo, atendendo ao facto que nenhum é um grande 6. Se meter Schaars a 6 perde a capacidade de passe e retenção de bola que o holandês empresta mais à frente e não ganha um 6. Se meter o Elias a 6, perde a força motriz de um box-to-box e também não ganha um 6. Se mete os dois, à vez, perde ambas as coisas directamente e perde a capacidade de roubar a bola mais à frente, fazendo, com isso, o adversário subir.
Não podendo o Rinaudo, tem que jogar o Renato, na minha óptica. Pode depois optar por jogar com dois médios interiores ou com um médio interior e um 10...
Matías - Sem fazer um grande jogo, mostrou claramente que é ali que mais rende. Ainda não consegui perceber porque é que a bola chega tão poucas vezes ao chileno quando se percebe que quando a tem, o chileno "inventa" jogadas onde elas não existem.
Extremos - Quem "inventa" um extremo a partir de um lateral e mete o extremo canhoto no lado direito, não quer ganhar o jogo. Qualquer um deles e à sua maneira evidenciaram dificuldades. O argentino porque não está rotinado na posição e o espanhol porque tem sempre que voltar para trás para fazer um centro. Num jogo de pormenores, as adaptações são pormenores que normalmente redundam em tiros nos pés.
Ribas - Apesar de ser o primeiro jogo do uruguaio com os novos companheiros, apesar de ter andado muito sozinho na frente e apesar de dar a sensação de passar ao lado do jogo, não desgostei. Muito desapoiado, lá foi ganhando algumas bola de cabeça, deu corpo à luta e nota-se que se movimenta bem dentro da área. Ainda é cedo para tirar conclusões, mas em 1 hora, sensivelmente, mostrou mais e melhores argumentos do que o Bojinov. Assim seja melhor servido, coisa que ontem pouco ou nenhuma vez aconteceu.
Bojinov - Percebo que o Ribas ainda não apresente grande ritmo e entrosamento com os colegas e percebo que não haja grandes opções para aquele lugar, mas custa-me acreditar que o Domingos olhe para o Bojinov como opção. Numa altura em que precisávamos de uma presença forte na frente, capaz de "agarrar" seriamente os dois centrais contrários e de dar opção de assistência aos flanqueadores, o Domingos mete o Bojinov, que é o mesmo do que estar quieto. Os dois centrais bracarenses agradecem.
Carrillo - Mexeu com o jogo quando entrou. Quando tem a bola é uma mais valia, acelera o jogo, mas continua a ser, a nível defensivo, muito verdinho. É pouco agressivo quando não tem a bola e deixa-se antecipar na maior parte das vezes.
André Martins - Esteve bem nas acções que desenvolveu, mas entrou numa altura de completo desnorte táctico. Acaba por isso mesmo, por não acrescentar nada de relevante.
Evaldo - Tantas vezes disse mal do brasileiro, mas hoje pouco ou nada tenho a apontar. Defendeu bem e apoiou o ataque a preceito. A única coisa a apontar é que não consegue fazer um cruzamento em condições com a bola controlada.

No que ao campeonato diz respeito, para o ano há mais. Logo veremos se esta amálgama de más opções desportivas (aquisições, tácticas, técnicas e outras) chega para ganhar alguma coisa.
Para já os meus parabéns à direcção. Está claramente a fazer um excelente trabalho. Aliás os resultados estão à vista e só me ocorre uma coisa à cabeça, parafraseando um amigo meu: "O forcado, com pior gado, fez igual faena".
Quem quiser que tire as conclusões que entender.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O campeonato está praticamente arrumado e a taça, para lá caminha

Nem sei por onde hei-de começar para definir ou adjectivar uma primeira parte com a de ontem. Quando uma equipa como o Sporting, jogando em casa, perante um Nacional, que é uma equipa perigosa, mas nada de especial e nos primeiros 45 minutos faz o seu primeiro remate com perigo ao 46º, acho que está tudo dito.
Mas vamos por partes. A equipa entrou displicente, coisa que se começa a tornar num hábito. Lenta a pensar, lenta de processos e com alguns equívocos do Domingos à mistura, como também tem sido habitual. E o primeiro equívoco, salvo melhor informação, foi feito antes mesmo do jogo começar, ao deixar Ribas na bancada, recém contratado avançado e que concerteza daria, pelo menos, mais uma opção de ataque.
O segundo equívoco, tem a ver com a pancada que o Domingos tem em encostar o Matías à linha, onde claramente não acrescenta. Domingos, com esta opção, faz o Sporting perder duas vezes na mesma opção, porque faz a equipa perder capacidade de definição no último terço, pelo meio, e não ganha uma extremo.
O terceiro equívoco é, claramente, Bojinov. E é um equívoco em toda a linha. Com o azar a bater à porta de Wolfswinkel, que nos últimos jogos também não tem sido nada profícuo, mas ainda assim trabalha em prol da equipa e com Ribas na bancada, "sobrou" para o búlgaro a "fava" de tentar acrescentar algo no ataque, coisa que não consegue em circunstância alguma. Ou se deixa antecipar, ou se antecipa, mas "embrulha-se" com a bola e perde a oportunidade, ou estorva a posição de um colega seu, ou ainda e mais grave, funciona (pelo menos ontem funcionou) como um verdadeiro terceiro central adversário. 35+2 minutos da primeira parte mais 45+5 da segunda de uma perfeita nulidade. Se o Nacional ficou com menos um a partir do meio da segunda parte, já o Sporting o fazia desde o minuto 11, embora se contassem onze dentro de campo.
Vamos ao jogo. A abordagem feita pela equipa do Sporting não podia ter sido pior. E quem tiver visto o jogo até aceita que o Sporting dominou a primeira parte, ou grande parte da mesma, mas foi sempre um domínio muito consentido e apenas até aos últimos metros, lugar onde normalmente se decidem os jogos. Tinha mais posse de bola, mas não criava um lance de perigo com conta, peso e medida. O Sporting jogava sereno, com uma calma quase olímpica, quase antevendo que o golo ou os golos apareceriam a qualquer momento. Do outro lado, como já se devia esperar, estava uma equipa à espreita, com jogadores rápidos, para pôr em prática aquilo que o Jesus chama de "contragolpe". Defendia bem, numa primeira fase e foi ganhando confiança para sair com perigo. E à medida que foram ganhando confiança, foram perdendo a vergonha e criando alguns lances de perigo antes do primeiro golo, à altura, totalmente merecido, pois estava a ser a equipa mais esclarecida e objectiva.
O segundo golo, num dos últimos lances da primeira parte e já depois de Domingos tirar o Renato Neto, para meter Carrillo, é um "hino" àquilo que um defesa com a experiência do Polga, nunca deve fazer. Tentar fintar, ainda que junto à linha, quando é o último defesa, é simplesmente estúpido. Tanto é estúpido que deu golo. E assim acabou a primeira parte.
Na segunda parte tudo mudou para melhor, o que também não era particularmente difícil. E começou logo por um emendar de mão, por parte do Domingos, do esquema. Ao ter tirado Renato Neto perto do intervalo para meter Carrillo e após o intervalo tirando Jeffrén, ainda sem ritmo, para meter Capel, finalmente o Sporting criou um pendor táctico mais ofensivo, como aliás, lhe competia desde início.
Reaproveitou o Matías para dez, dando os flancos ao flanqueadores (Carrillo e Capel) e fazendo recuar Elias e Schaars para uma posição mais defensiva.
O Sporting entra a todo o gás e cria, em dois minutos, mais oportunidades e perigo do que em toda a primeira parte. Sintomático do que estava para vir. Domingos trocou os extremos (um canhoto para a direita e um destro para a esquerda) na tentativa de, por um lado não bombear a bola para o ponta-de-lança inexistente e, por outro, dar uma segunda opção, mais interior de remate a cada um deles.
Encosta o Nacional à sua área, mas neste período, nunca conseguindo impor verdadeiro desconforto ao adversário. Pressionava mas não o suficiente e o tempo foi passando até que, numa arrancada, pelo espaço mais interior, Capel sofre uma falta à entrada da área para amarelo, que seria o segundo e consequente expulsão para o defesa madeirense.
A partir daí e em crescendo, o Sporting foi pressionando mais alto e chegou mesmo a sufocar em alguns momentos, chegando com naturalidade ao 2-1, que já fazia por merecer. A equipa galvanizou-se, empolgou-se ainda mais, mas também se partiu completamente. Jogava com 2 defesas 5 médios e 3 avançados, dois dos quais Onyewu e Elias... O assalto final em desespero. E desse desespero surgiu o melhor e mais profícuo período do Sporting, criando alguma situações de golo e chegando mesmo ao empate, golo entretanto invalidade por pretenso fora-de-jogo. O Nacional, com dez e perante o desespero adversário, não só jogava com o relógio, com ainda conseguiu criar dois lances muito perigosos.
O Sporting continuou em busca de um resultado melhor e no último lance, num livre lateral, o aniversariante Schaars, tira o coelho da cartola que faltava para finalizar um espectáculo com intensidade pouco habitual.

Notas a reter:
Domingos - Está provado que, quando as coisas não lhe correm de feição (ex: quando a equipa faz um golo nos primeiros 15 minutos), tem muita dificuldade em ler o jogo e tomar as decisões que se lhe impunham. Ontem para além da opção de deixar Ribas na bancada, volta a meter Matías à direita.
Bojinov - Começo a não ter adjectivos depreciativos para definir tamanha inépcia. Não contente por não ganhar uma bola a qualquer adversário, ainda faz por estorvar os colegas, quando em melhor posição. Ontem, inclusive, em dois centros milimétricos para a sua cabeça, o búlgaro, em vez de rematar à baliza, alivia para fora. Não acredito que seja tão mau assim, mas neste momento e perante o que tem mostrado, mau sou eu...O gajo é péssimo. Deixou o Sporting a jogar com menos 1 durante 79 minutos mais os descontos.
Polga - Eu sou um defensor acérrimo do central brasileiro, mas ontem tudo o que fez, fez mal. Um jogador com a experiência do Polga não pode dar erros de palmatória, como foi o segundo golo do Nacional.
Renato Neto - Aquilo que disse em relação ao jogo com o Porto, mantém-se: Boa capacidade física e aérea numa posição fulcral. Até estava a fazer um bom jogo, no cômputo geral, embora tenha tido culpa, ao não atacar a bola, no primeiro golo, mas é e será sempre (no imediato) o elo mais fraco.
Elias - Um jogador que andou desaparecido do jogo durante a maior parte deste, mas que, como aconteceu na reviravolta de Paços, perante a pressão de ter que jogar rápido e bem, sobressaiu e até fez o primeiro.
Matías - Indiscutivelmente rende mais a 10 do que a extremo e quando desencostou da linha, o Sporting ganhou nova alma e nova capacidade de ter bola nos últimos metros.
Carrillo e Capel - Tentaram, cada um ao seu estilo, ser mais valias nas linhas e foram-no. Mais o espanhol do que o peruano, também à custa da experiência.
Jeffrén - Voltou de uma longa paragem e até fez uma primeira parte muito aceitável, mas está ainda sem grande ritmo e por isso saiu ao intervalo. Não se lesionou de novo, o que já, por si, é bom.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Foi-se (o que restava) o campeonato, venha a Taça

Parafraseando um antigo nome ilustre dos comentários desportivos televisivos, adaptando ao Sporting, digo que "o Sporting não jogou nem bem nem mal, antes pelo contrário".
Sei, por experiência própria, que os jogos com o Porto têm sempre o mesmo cariz, porque o Porto, há 30 anos e mude o que mudar, tem o mesmo cariz. E em abono da verdade é esse cariz tinhoso que lhe tem rendido a grande fatia de títulos da sua história. Isso e expedientes menos sérios, mas isso agora não vem ao caso.
Tirando raras excepções, o Porto vem sempre jogar no erro do Sporting. É tão clássico como o próprio embate. Fechados e com o bloco baixo, tentando a transição rápida na perda de bola contrária. Simples e elementar. O problema é que os sucessivos treinadores do Sporting, salvo igualmente raras excepções, teimam em achar que o Porto fará diferente, se exporá mais, correrá mais riscos e abrirá passadeiras verdes. Puro engano que redunda, normalmente, em mau resultado. Só a título de exemplo, um dos treinadores que interpretava melhor o conceito de "pagar na mesma moeda" era o actual seleccionador nacional. Não só foi o treinador que mais vezes venceu o Porto desde a revolução (também terá sido o que mais tempo ficou no cargo), como, não contente, mais títulos ganhou em confronto directo. Pode dizer-se que são títulos menores, mas ainda assim, são títulos.
O jogo de hoje não fugiu a nenhuma das regras que costumam imperar quando o Porto visita Alvalade. Nem em falta de qualidade do espectáculo. Foi intenso, até aceito, mas foi péssimo para o adepto pagante que fica (pelo menos eu fico) sempre com a sensação que as três equipas em campo estão mais preocupadas em pontuar, do que em serem pro-activos e exporem-se mais "aos elementos" para poderem vencer. Uma porque tinha tudo a perder, outra porque não queria perder tudo e a terceira porque não queria perder a ideia de que podia perder tudo. Falo-vos, como é óbvio do Sporting, do Porto e da equipa de arbitragem, respectivamente.
O jogo foi muito repartido e jogado a maior parte do tempo longe dos sítios de decisão, mas houve oportunidades (poucas) e voltou a haver desperdício. Mais por parte do Sporting, porque criou 2 oportunidades flagrantes para fazer golo, contra apenas 1, já nos descontos, por parte dos visitantes. Tudo o resto são apenas fogachos.
O Sporting apresentou o onze normal com a novidade Renato Neto. E acabou por ser uma boa surpresa. Não só não pareceu incomodado por fazer o seu primeiro jogo a titular na equipa sénior do Sporting (embora tenha cometido pequenos erros naturais), como, indiscutivelmente, dá maior capacidade aérea e presença física ao meio campo, sem, com isto, desligar do que é realmente importante, que é a capacidade de ser o primeiro a construir. Até à sua saída, estranha de acordo com o jogo, mas perceptível à luz daquilo que é o estatuto de cada jogador, o Sporting teve mais capacidade para subir o bloco e jogar mais no meio-campo do Porto, sem grandes resultados práticos, é certo, mas quanto mais perto da baliza adversária, mais hipótese se tem de ganhar um jogo.
A entrada de Matías é, a meu ver, muito bem pensada, porque o Sporting tinha os três jogadores de apoio ao ponta-de lança em sub-rendimento, como são Capel, Elias e Carrillo.
Capel não fez mais do que um ou dois floreados inconsequentes, Carrillo continua a achar que o futebol é um desporto individual e acrescentou tanto quando o espanhol e o Elias, condicionado ou não, logo no segundo minuto por um amarelo, nada conseguiram acrescentar. Saiu o "puto" e o desenho do Sporting começou a desmoronar-se. Não só o recuo de Schaars é "criminoso" porque se perde capacidade de ter bola e endossá-la em condições em zonas mais decisivas, como não se ganha um trinco. O Sporting passava a jogar (finalmente) com um verdadeiro transportador de bola, um falso trinco e um médio box-to-box,  que tem sido só box (e ontem não fugiu à regra recente). A equipa não deixou de estar côxa, mas passou a coxear à rectaguarda.
A entrada de Izmailov por troca com Carrillo,  matou três coelhos de uma assentada, porque que não só iluminou o Matías, que não tinha entrado a preceito, como voltou a ligar o Sporting ao lado direito, substituindo um jogador que, para além de sofrer uma falta perigosa, no final da primeira parte, pouco mais fez para justificar tantos minutos. Aliás, para ser titular. O Sporting ganha novo ânimo e são do russo (de volta após paragens longas e sucessivas) os dois lances decisivos. No primeiro, com um passe absolutamente magistral, isola Wolfswinkel e este, que ainda está longe de ter o calo de um ponta-de-lança de um grande, faz bem em ganhar a posição em velocidade mas mal em querer picar a bola tão perto de Helton (o Liedson naquele lance não só "sofreria" o penalty como expulsaria o Helton) . No segundo, depois de brilhante jogada de Matías na linha e já depois de, inacreditavelmente, Wolfswinkel falhar a bola e esta lhe fugir para uma posição nada confortável,  não consegue fazer o golo.
A terceira substituição, acaba com o jogo do Sporting. Já sem extremos de raíz, Domingos tentou aplicar a machadada final ao jogo pelo corredor esquerdo, fazendo avançar o Ínsua, jogador de alta rotação. O problema é que assim que o Evaldo entrou, o Hulk encostou-se ali e o Porto começou a jogar por ali. Ora, em vez de ganhar a linha, para empurrar o Porto num suposto assalto final, o Sporting teve de recuar o "extremo" para ajudar o lateral menos consistente. Foi indubitavelmente esse o período em que o Porto mais perto esteve de ganhar o jogo. A oportunidade flagrante, já nos descontos, podia ter descontado a nosso desfavor. Não aconteceu e ainda bem, porque seria profundamente injusto.
Estar a 8 pontos do 1º (partindo do pressuposto lógico que o benfica cumpre a sua obrigação) a uma jornada do fim da primeira volta e a 6 do 2º, não faz deitar a toalha ao chão e acho que os jogadores devem acreditar que é possível, mas convenhamos que não é racional pensar que se pode, para o adepto, recuperar 14 pontos aos dois que vão à nossa frente.

Notas a reter:
Domingos  - Continua a tomar decisões muito questionáveis, não só a montar a equipa, como a mexer na mesma, embora reconheça que a falta de opções, por impedimentos físicos constantes, limitam as escolhas. A opção Renato Neto, apesar de ter corrido relativamente bem, é uma opção de risco.
Apagamento - Percebo que os jogadores não consigam, durante uma época inteira, estar ao seu melhor nível sempre, mas não percebo o apagamento do Elias e do Capel. O Carrillo já nos habituou a estes filmes, infelizmente e o Wolfswinkel tem falhado golos que nenhum ponta de lança deve falhar, mas mais grave é quando nem sequer acerta na bola.
Izmailov - O russo, pela qualidade que demonstra, não merecia mais um duro golpe. A sombra de uma nova lesão paira, de novo, sobre ele, até pouco no pouco que jogou, jogou e fez jogar, com uma simplicidade impressionante. Esperemos que não seja mais do que apenas um susto.
Matías - Não fez um jogo brilhante, nem sequer muito bom, mas indiscutivelmente, é naquele lugar (a 10) que mais rende e ontem não foi preciso muito tempo para se perceber isso.
Bojinov - Não se percebe o que faz o Búlgaro no Sporting. Não deve ser um jogador barato para não constituir opção. Raramente entra e quando entra faz o treinador desejar ter metido o Evaldo, como ontem, o que diz muito sobre a sua qualidade.