quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Et voilá!

"Para nós, todos os jogos são os jogos da nossa vida. Não abdicamos de nenhum ponto, de nenhum resultado, iremos lutar arduamente do primeiro ao último minuto e vamos acreditar que vamos ganhar qualquer jogo. É o único pensamento que existe dentro de mim e da equipa"
Há muitos anos que não ouvia (ou lia), no meu clube, este tipo de discurso. E das vezes que ouvi ou li algo parecido no passado, o discurso não casava com a identidade e a maneira de ser de quem o proferia, redundando, normalmente, em teoria sem aplicação prática.
Neste caso concreto o discurso casa claramente com o seu interlocutor. Sá Pinto, como jogador, sempre habituou os sportinguistas a uma postura, enquanto profissional, de grande garra e abnegação, de grande intensidade e vontade de vencer. Se assim foi como jogador, não me parece que deixe de ter a sua identidade, muito similar, enquanto treinador. Para além disso, e apesar dos dois episódios de pugilato na sua carreira (uma como jogador e outra como dirigente), mas também por isso, Sá Pinto defende aquilo em que acredita até ao fim, seja qual for esse fim. E isso, para mim, é de louvar num homem, mesmo que muitas vezes possa discordar dos meios.
Por isso mesmo, sei que dará à equipa a identidade, o rumo e a exigência de que ela necessita para enfrentar os desafios que se avizinham. Tem a mais-valia de conhecer, como poucos, os cantos à casa (foi jogador, director desportivo, treinador dos juniores e, agora, treinador principal), "saber" o que representa o Sporting para todos nós (que tem vastos pergaminhos e tem a obrigação moral e histórica de, pelo menos, honrá-los) e ter a noção clara e concisa do que os sócios e adeptos esperam que a equipa apresente em campo. Para além de tudo isso, sente aquele símbolo e não gosta de perder.
Se vai ou não ser bem sucedido, isso já é outra história e tem que ver com uma série de factores que dependem dele, obviamente, mas que dependem também de terceiros, nomeadamente de toda a estrutura do clube, onde, na minha opinião, pode residir o primeiro obstáculo ao sucesso, como tantas vezes tem acontecido.
Como escrevi aqui num "artigo" anterior, para o sucesso do Sá Pinto enquanto treinador do Sporting, só há uma solução: Fazer a estrutura mudar com ele, mudando o paradigma do futebol do Sporting, porque se sentir a ser engolido pela estrutura, é "menino" para bater com a porta.
Amanhã ainda é cedo para ver mudanças drásticas, mas quando a "novidade" passar, para os jogadores e para nós, sócios e adeptos, tiraremos conclusões mais efectivas desta aposta.

PS: Tenho pena, pelo que atrás escrevi, que Sá Pinto tenha sido "chamado" a treinador principal numa altura tão má, a tantos níveis, no clube que amo. Mais: Tenho pena que Sá Pinto tenha servido de balão de oxigénio a uma direcção (não por sua directa vontade) que não tem ponta por onde se lhe pegue, com 9 meses de gestão a roçar o ruinoso, mas é nestas alturas que por vezes, os santos da casa fazem pequenos milagres. Por ele, pela equipa do Sporting e por todos nós (sportinguistas), espero que sim.

1 comentário:

  1. Como é óbvio, ou não fôssemos Sportinguistas, a esperança não renasceu porque também nunca desapareceu. Aparece agora reforçada.
    Conhecendo o Sá, como todos conhecemos, o discurso só poderia ser esse. Quanto a isso não haja a menor dúvida e conforme afirmas, ao contrário de muitos outros, o discurso casa claramente com o seu interlocutor.
    Mas, e há sempre um “mas”, Uma coisa é a infinita esperança Sportinguista, outra, é a realidade.
    Se por um lado até dou de barato que o Sá consiga transmitir aos jogadores, pelo menos a alguns, a garra Sportinguista e contagiá-los para um comportamento mais abnegado, por outro, e no que à estrutura, se é que se pode dar esse nome àquela amálgama de oportunistas, diz respeito, já a conversa é outra.
    Mais uma vez tenho de me repetir. Se entraram como entraram e se agarraram ao poder, como lapas às rochas, não me parece que Sá, sozinho, consiga mudar alguma coisa.
    Ou melhor, até vai conseguir, mas apenas para acontecer mais uma sucessão dinástica.
    Muito provavelmente, à custa do Sá, alguns energúmenos ganharão ainda mais força dentro do clube e, consequentemente, também aquele que os controla e que quanto a mim, “fez a cama” ao Domingos, descredibilizando o Presidente, embora a sua credibilidade também valha zero, e lançando a escada rumo ao seu objectivo. A Presidência do Clube.
    Já tinha escrito algures que, também eu, lamento que o Sá tenha sido contratado para treinador principal numa altura destas e precisamente pelos mesmos motivos.
    Caso tenha, comportamentalmente, amadurecido, pode estar a queimar-se, o 37º “cartucho” dos últimos 30 anos.
    Se, por outro lado, Sá, continuar a ser a mesma “criança” rebelde, no que às cenas de pugilato diz respeito, temo que seja uma questão de tempo para que se voltem a repetir.
    E com isto tudo já só falta hora e meia para o primeira peleja de Ricardo Coração de Leão.
    Saudações Leoninas!

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