domingo, 12 de fevereiro de 2012

A falência (já anunciada) de um "projecto"

A derrota do Sporting, ontem, nos Barreiros já só espanta quem, das duas uma, ou ainda acredita em pais natais ou acabou de estacionar a nave num qualquer sítio do país depois de 5 décadas de ausência.
Foi tão limpinha (a vitória do Marítimo) como assustadora e é tão facilmente explicável: Uma primeira parte inexistente e um segunda sofrível, muito bem jogada mas apenas nas zonas onde nada se decide.
Nem vou perder muito tempo a falar do jogo, porque a análise está praticamente feita no parágrafo anterior e apenas quero acrescentar o óbvio. Quem quer ganhar o jogo não mete o Pereirinha, nem utiliza dois centrais altos e naturalmente lentos, ainda por cima com o bloco subido, perante um dos ataques mais rápidos da liga Mais: Quem quer ganhar mete os melhores, numa altura em que não se pode perder mais pontos (embora, para isso o nosso mister, arranje sempre solução, porque a velocidade como que os temos perdido é assustadora), mesmo que só "durem" 45 minutos . Se o Domingos  não percebe estes elementares factos, duvido que perceba coisas mais complexas, no que à bola diz respeito. E volto a repetir: Treinar a Académica ou o Braga nada tem a ver com treinar o Sporting. E nem vou explicar o óbvio.
Muitos dirão que a culpa é do Patrício, imediatamente criticando e cruxificando um dos que tem sido inexcedível, no que à defesa do clube diz respeito. É ele que, no limite e nas últimas épocas, tem dado mais pontos ao Sporting e vai disfarçando, muitas vezes, aquilo que defensivamente o Sporting é incapaz de mostrar. Apesar de eu achar que o Carrillo interfere decisivamente, fazendo-se à bola a um metro do Patrício, não lhe tocando, contribuindo bastante para a forma como se faz à bola, não posso deixar de dizer que, ainda assim, podia ter feito melhor, tento também com isto o azar de a bola, caprichosamente, ressaltar para dentro da baliza.
Não vejo, por exemplo, a mesma celeridade de críticas quando o Wolfswinkel, isolado e em boa posição, não consegue acertar na bola, ou quando o Capel não consegue arrancar um centro em condições durante vários jogos consecutivos, por exemplo. É de uma injustiça tremenda, mas também só acontece porque o Sporting se expõe a esse fado, porque se jogasse a sério e para ganhar, garanto, com mais ou menos precisão que, 90% dos jogos, mesmo que houvesse um ou outro erro da defesa e/ou do guarda-redes, seriam ganhos.
O problema é que este "projecto" está falido, ou melhor, já foi idealizado em pré-falência e agora apenas confirma aquilo que muitos de nós temos vindo a dizer. Quando um projecto não é feito de ideias, de objectivos, de exigências e, ao invés, é alicerçado em pessoas, na sua grande maioria de competência e credibilidade duvidosas, muitos deles ligados ao pior que o passado recente do Sporting teve, não podemos, como sócios e adeptos, estar à espera de melhor. Mais: Tínhamos o dever de evitar a todo o custo a continuidade de políticas de assassínio de um entidade centenária.
É com tristeza que percebo que, ao Sporting Clube de Portugal, resta muito pouco tempo e, como em todas estas coisas, têm de se alinhar uma serie de factores, mais ou menos prováveis, para que a salvação ainda seja possível. No fundo, o que Sporting precisava mesmo, era que lhe saísse a sorte grande. Não, não estou a falar do Árabe, estou a falar de haver eleições no imediato e ganhar uma lista que tenha pessoas que amem o clube, feita de pessoas competentes, com um projecto sólido, com ideias muito concretas de como dar a volta à situação, não só financeira, mas também desportiva, que queiram incluir os sócios (como deveria ter sido sempre) nas decisões estruturadas e estruturantes do clube e que saibam, pela verdade, cativar os sócios que foram perdidos ao longo dos anos.
O "projecto" Roquette faliu muito rapidamente e sem que déssemos por isso, mas este pseudo-projecto de Godinho Lopes, faliu muito antes de começar. Basta olhar (com olhos de ver) para o que se passou no dia 26 de Março, juntar todas as peças que, desde esse dia, se nos apresentaram, para tirar uma conclusão óbvia:
Este passaporte não nos leva à redenção. Este passaporte (como taça ou sem taça) leva-nos à extinção.

1 comentário:

  1. Obviamente que concordo, mas já nem sei se vale a pena o esforço.
    Se por um lado o Clube não merece as aves de rapina que lá tem, por outro, a esmagadora maioria dos sócios, por angelical ignorância ou manifesta estupidez, também não merece o Clube, ou na melhor das hipóteses, não merece mais do que aquilo que lhe é dado, já que há quinze anos que vê a carcaça a ser roída por abutres do mesmo bando e pelos vistos gosta, pois quem cala consente.
    Consente e volta a votar, gosta e satisfaz-se qb, já que o Clube juntou ao seu palmarés apenas dois títulos em quinze anos de Roquettismo e temos de recuar trinta anos para lhe juntarmos um terceiro.
    Nesta altura, até já é incerto dizer, “para o ano há mais”.
    Saudações Leoninas!

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