terça-feira, 17 de abril de 2012

Circo Cardinal(i)

Hoje acordei com a notícia de que Paulo Pereira Cristóvão (PPC) foi reintegrado como vice-presidente em plenas funções e pergunto-me - com aliás o tenho feito com alguma regularidade no último ano - que Sporting é este que não reconheço?
Voltando um pouco atrás, ao que parece, tudo começou com a tentativa de incriminar de corrupção o assistente José Cardinal. O que se sabe é que PPC instruiu um seu assalariado para se deslocar à Madeira e depositar na conta do assistente 2000 euros em dinheiro, sendo que depois, seria entregue em carta anónima uma denúncia do caso, em Alvalade, que despoletaria todo este processo.
José Cardinal foi investigado, mas rapidamente a PJ deve ter percebido que o envolvimento do assistente não era consistente e apontou os holofotes da investigação para o outro lado.
Ao recuar no tempo e pedir a imagens da dependência bancária, bem como o cruzamento dos dados do voo para a Madeira, percebeu que quem aparecia era Rui Martins, um assalariado de PPC com ligações à JUVE LEO. Somar dois e dois não é difícil e facilmente chegaram ao então vice-presidente do Sporting.
Ao ser indiciado, pede -  e muito bem -  a suspensão de mandato, prontamente aceite pela direcção, por proteger os superiores interesses do Sporting, mas poucas horas depois volta atrás com a decisão pressionando a direcção para "admiti-lo" de volta.
Hoje, após reunião da direcção de ontem, foi readmitido com plenas funções.

A readmissão de PPC enquanto vice-presidente é uma machadada no nome do Sporting e na própria direcção, já muito fragilizada. Não faz absolutamente sentido nenhum que a direcção readmita um vice-presidente que está indiciado num processo-crime ligado justamente ao core business do clube.
Apenas faz sentido à luz da existência de conluio entre as partes e, nesse caso, como em qualquer um dos casos, a única via desta direcção é a demissão.
Mais: A ser verdade que PPC não só expiava árbitros, dirigentes e jogadores, mas a própria direcção de que fazia parte, a readmissão ainda se torna mais inacreditável.

Para mim uma tristeza, como sócio deste clube que nunca, nos seus 106 anos de história, tinha visto o seu nome envolvido neste tipo de casos, que esta direcção, depois do annus horribilis que nos proporcionou, venha agora e mais uma vez defender o indefensável, sistematicamente pondo os superiores interesses do clube atrás dos interesses e agendas pessoais de cada membro eleito.
Para mim, como sócio, hoje como há um ano atrás, a esta direcção só resta um caminho: A demissão. Se restassem dúvidas, hoje foram completamente dissipadas.

1 comentário:

  1. O circo está montado desde Março de 2011, ou não estivesse o Sporting Clube de Portugal a ser dirigido por quem está.
    O que é estranho é que nesta companhia só há palhaços e trapezistas e o mais grave é que os palhaços só nos dão motivos para chorar e os trapezistas teimam em não cair.

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