segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Paciência...

Eu estou completamente contra esta direcção e falta de organização e liderança que patenteia.
Estou completamente contra este estado de coisas que vêm afectando - e muito - o rendimento global do Sporting Clube de Portugal.
Mas uma coisa é essa assunção que faço há mais de ano e meio e outra coisa é - principalmente nos dois últimos jogos - tentar enquadrar isso naquilo que se passa dentro das 4 linhas. E esse enquadramento deixou de fazer sentido.
A equipa joga, esforça-se, cria oportunidades, mas o estado lastimoso em que se encontram, neste momento, os índices psicológicos, criam claramente um bloqueio que parece ser o mais difícil de ultrapassar.
Há, porventura, quem defenda que quem não consegue ultrapassar a pressão, não serve os interesses do Sporting. Eu sou da mesma opinião no geral, mas neste particular, creio que essa problemática já há muito que foi ultrapassada. A questão, para mim, não é a pressão. É a depressão.
O jogo de ontem, que para mim é uma cópia autenticada do jogo de Genk, é bem o espelho disso. Aliás, ontem, para mim, o jogo utilizou um dado novo: creio que entrámos no reino do bruxedo. O Setúbal, sem criar uma única ocasião de real perigo em toda a partida, consegue fazer dois golos. Um de um ressalto, que começo a pensar que só acontece ao Sporting, e o segundo, de um lance que é precedido de fora-de-jogo.
Pelo meio, o Sporting ripostou com um golo, duas bolas no barrote e muitos lances a que não soube dar o seguimento mais normal.
Em condições normais, o Sporting teria ganho este jogo e o de Genk, mas numa altura em que a equipa vive com índices de confiança tão baixos, o que pode correr mal, normalmente corre e da pior maneira possível. Os últimos 3 ou 4 jogos são disso espelho.
Vercauteren chegou há menos de uma semana, por isso, não consigo, em consciência, avaliar o trabalho do senhor, nem sequer lhe exigir mais do que ele fez ontem. Montou a equipa, muniu-a, com toda a certeza, de uma vontade de vencer, fez as alterações que achou que serviriam melhor os interesses do Sporting no jogo e, com tudo isto, jogou melhor, teve mais perto de vencer, mas não o conseguiu.
Eu digo que é natural, embora me custe muitíssimo. Nenhum treinador tem uma varinha mágica que consiga, numa questão de dias, resolver um problema psicológico profundo. Mais, não pode - nem deve - operar uma verdadeira revolução que rasgue por completo com o passado recente, sob pena de perder completamente o trabalho feito pelos seus antecessores, seja ele muito bom ou muito mau. Deve sim ir, pouco a pouco, impondo as suas ideias e esperar que a conjuntura vá dando uma ajuda.
O problema do futebol profissional do Sporting, neste preciso momento, já não se prende com a organização, o modelo de jogo ou a intensidade. Essas são problemáticas que aparecerão lá mais para a frente. O problema é que a esta equipa do Sporting acontece tudo, quer jogue bem ou mal, seja suficiente ou insuficiente. Quando não joga o suficiente, colhe aquilo que semeia, mas quando joga o suficiente, há demasiado azar envolvido, traduza-se isso no que for.
Por uma questão de coerência e porque não há mais nada a fazer se não ser paciente, serei paciente com Vercauteren. Só o facto de aceitar um desafio destes já tem a minha gratidão, mas a exigência mantém-se: Paciência, sim, mas com evolução. E de preferência com vitórias. Sem elas, não há evolução que seja favorável.

1 comentário:

  1. Está quase tudo dito quando referes que já não é pressão, é depressão. Isso e, quem sabe, falta de ordenado no fim do mês.

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