sexta-feira, 22 de março de 2013

A escolha é vossa!

Ao contrário de 2011, em que me envolvi bastante na altura da campanha à presidência do Sporting, este ano, por imperativos pessoais, não me envolvi de todo. Acompanhei algumas entrevistas, procurei estar o mais informado possível, mas à distância.

No espírito que acima descrevi, estive ontem a ver o debate dos candidatos à presidência do Sporting e, para além de servir muito pouco o suposto esclarecimento que sustentam o pressuposto do próprio debate, constatei que, para quem tinha uma certa saudade da figura de Zeferino Boal, candidato há 2 anos, se revê claramente noutro Z(S)everino.
O que me ficou deste último debate, tal como do anterior, foi o delírio de Carlos Severino. Frases feitas, quase todas com muito pouco ou nenhum conteúdo e declarações a roçar a demência com laivos de demagogiazinha.
No fundo, o Sporting, por estes dias está cheio de Z(S)eferinos, sejam eles com C ou com Z.

O Boal criou um estilo e nota-se que tem seguidores. Esse estilo muito próprio tem uma característica que faz dele único. É simplesmente parvo. Serve para nada em concreto, mas dispõe bem quem ouve, porque não se consegue (eu, pelo menos, não consigo) ouvir ambos sem esboçar um sorriso, sendo que há algumas ideias expressas que forçam mesmo uma estridente gargalhada.

Quanto aos outros dois candidatos, nos dois debates, centraram-se mais em quezílias, questões pessoais e laterais, do que em esclarecer o que quer que fosse com alguma propriedade. Os esclarecimentos, ou tentativas de esclarecimento, foram sempre muito vagos e, em alguns casos, confusos.
Penso inclusive que não houve tema algum em que não tivesse havido uma comparação e um esgrimir forçado de argumentos, ao melhor estilo de adolescentes a comparar as pilas (a minha é maior que a tua), entre Couceiro e Carvalho. O que me entristece profundamente.

Tive para mim que esta campanha devia ter sido mais positiva, até pelo passado recente. Não foi tão reles e  baixa quanto a de 2011, mas não foi elevada como esperava.
A malta esquece-se que há um clube, com diversas sensibilidades, para gerir a partir de dia 24 (ou 26 dependendo dos votos dos correspondentes) e que engloba todos os sportinguistas.
Na minha humilde opinião, a campanha, mais uma vez, em vez de agregar os sócios, mesmo que separados por ideias, separa os sócios por pessoas, por passados e por, em alguns casos, algumas tentativas de "autos de fé".

Se, como se diz, quem vota em Couceiro, vota contra Bruno de Carvalho, também é verdade que quem vota Bruno de Carvalho, vota contra Couceiro que, supostamente, representa uma certa continuidade. Não digo todos os que votam num e noutro o farão, mas há com toda a certeza, de parte a parte, um franja significativa de votos negativos. E isso é nefasto para o futuro do Sporting.

Nem vou explorar de quem é ou não a razão, se é que isso existe num confronto, visto que ninguém teima ou discute sozinho, mas parece-me que o sistemático alimentar de polémicas e quezílias por ambos, para além de fazerem perder tempo aos sócios, que estão sedentos que estes anos de turbulência passem, fazem perder tempo aos próprios naquilo que realmente é importante: Explanar ideias e construir um futuro sustentado com todos.

Amanhã (ou dois ou três dias depois) ficar-se-á a saber quem é o 42º Presidente do Sporting e faço votos para que, seja quem ele for, consiga unir a nação verde e branca de uma vez por todas. Temo que as cisões e as feridas auto-infligidas ao longo dos últimos anos e que tanto têm contribuído para o afastamento de milhares de sócios, sejam um fosso difícil de ultrapassar, pelo que acredito que, numa primeira fase, haverá alguns focos de contestação e que a união da nação sportinguista tenha que ser paulatinamente sustentada à custa do sucesso imediato, ainda que este seja relativo. Seja na implementação das políticas, seja no rigor, know how e exigência que ambos apregoam.

O que os sócios querem, a partir de dia 24, é que o próximo presidente do Sporting, bem como a sua estrutura, mais do que palavras vagas em entrevistas e debates, inicie a recuperação do Sporting Clube de Portugal. Até porque, já se sabe, depois de quase 20 anos a dar tiros nos pés, o chamado "período de visita", em Alvalade, não é curto, é quase inexistente.

Como sócio, faço votos de muito sucesso a quem ocupar o cargo, porque o sucesso do Presidente é, naturalmente, o sucesso do Sporting.

Votem em consciência e todos juntos, acredito, vamos pôr o Sporting no lugar que é dele por direito.

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